45 para refletir.

Sentada na cama, olhando em volta, não me preocupando com a bagunça apenas refletindo, maldita reflexão, tenho tanto a fazer, e tudo o que consigo fazer é refletir. Sinto um peso enorme sobre os ombros cujo não me deixa sair do lugar, minha mente a cada instante aparenta mais e mais ser a minha única ferramenta, desisto de lutar contra essa força que me segura, decidi me render por 45 minutos, apenas isso darei a minha mente, 45 partes de uma hora.
Fecho os olhos e me vejo entrando com uma velocidade absurda em um túnel, escuro, apertado, circular. Passo por alguns metros e inexplicávelmente o túnel se divide em dois. Mesmo que não tenha escolhido pego o sentido da direita, e logo em seguida aparece um clarão, e diante dele paro. Não consigo entender bem o que acontece, só sei que vejo 4 ou 5 amigos jogando cartas, bebendo, fumando, a maioria deles parece se divertir, digo a maioria e não todos por que um deles não aparente estar bem, deve ter bebido muito não sei ao certo, justamente esse garoto sai de perto dos amigos e vai em direção á porta, ele sai do apartamento atordoado, inexplicávelmente tudo fica escuro em um relance, e quando voltam as luzes o garoto não está mais lá, o local continua exatamente igual, apenas o garoto sumiu.
Assim como não foi de minha decisão parar diante daquela cena, não é de minha decisão sair de lá, mas mesmo assim saio, e com a mesma velocidade inicial, sigo em frente. Ando por mais alguns metros, e derrepente outro clarão. Paro em frente a ele, agora o que vejo é um casal, aparentemente feliz, com um bebe no colo, a mãe começa a tossir e aos poucos vai parecendo mais fraca, ela beija o bebe e o marido e em seguida tudo fica escuro, e rapidamente a luz volta, mas agora a mãe não está mais lá, apenas o rapaz com lágrimas aos olhos balançando o bebe.
Novamente saio daquela cena, e volto a andar no túnel, estou assustada, não entendo o que tudo aquilo quer dizer. Bruscamente viro a esquerda e paro diante de mais um clarão, dessa vez vejo pessoas trabalhando, entre eles um senhor que mexe vagarosamente em alguns papeis enquanto todos os outros trabalham freneticamente, se apagava tudo, quando voltam as luzes, o velhinho não está mais presente, todas as outras pessoas estão lá, menos aquele senhor, logo em seguida volto ao túnel escuro, ando por mais alguns metros, e vejo dois adolescentes, brincando com bolinhas de sabão como bobos, e logo em seguida se aproximam, se abraçam e encostam o nariz um no outro, a escuridão novamente aparece e ao desaparecer, lá está apenas o garoto com a bolinha de sabão na mão, olhando para o nada, e a garota sumiu da cena. Volto ao túnel só que dessa vez por minha própria decisão, ando mais alguns metros e aos poucos o túnel vai se desfazendo e vou voltando a consciência, os 45 minutos acabaram, mas apenas nos últimos 2 ou 3 minutos consegui realmente refletir sobre como a vida se acaba facilmente, e como deixamos um espaço vazio quando partimos.

2 comentários:

  1. Li a postagem toda e consegui entender e refletir BEM :D

    continue com essas postagens interessantes, blog muito legal !

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  2. Dizem que por aí que a única coisa perfeita é a morte.
    Nos pega sem avisar, silenciosa, em qualquer lugar.
    A vida deve ser aproveitada, parece clichê, mas é verdade!

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